Primeiramente, para os que não conhecem essa expressão, démodé significa fora de moda, e é proveniente do francês. Continuando, todos nós sabemos que as bandas coloridas estão no topo de toda e qualquer parada no Brasil. A banda que lidera esse movimento é a Restart. Esse assunto dispensa introduções. E digo com toda certeza, que ou você odeia eles ou ama. Claro que há sempre os desavisados que dizem ignorar. Convenhamos, quem nunca se assustou com essa fama repentina.
Eu digo com todo orgulho, que mesmo novo, me considero do tempo em que as pessoas sonhavam em serem artistas, em compor músicas, em fazer arte com a voz ou com algum instrumento, não importa qual seja, sempre desejando criar a sua “Masterpiece”, a obra-prima. Não consigo engolir esse tipo de banda que entra nesse meio só pelo dinheiro e pela fama. Para quem, que como eu, foi criado escutando músicas únicas e sensacionais, derivadas de tempos em que colocar na letra, a indignação sobre assuntos que envolviam o mundo todo e que ao mesmo tempo pudesse capitalizar a juventude para a conscientização, era o objetivo principal. É dificílimo para nós, contentar-nos como essa pobreza de palavras, que só toma tamanho quando a imagem se sobrepõe.
Esse estrondo que os garotos da Restart estão fazendo, tem justificativa. Em uma simples frase é possível compreender a explicação. Os fãs deixaram de escutar a música pela música. Agora são necessários muitos outros quesitos para uma bandinha se transformar num sucesso incandescente. As gurias, principal público de qualquer banda, querem participantes lindos e que satisfaçam seu fanatismo nunca saciado. Que digam pra elas que as amam de qualquer jeito e em qualquer lugar, mesmo nem as conhecendo. Quem não se sente completamente contemplado quando uma celebridade te responde no Twitter? É foda.
Já estou falando muito desse assunto e não parti pra onde eu quero realmente chegar. O que quero dizer é que toda modinha se esgota. Toda moda tem seu fim quando deixa de ser novidade. Eu vejo uma luz no final do túnel. Por incrível que pareça sinto que uma nova moda virá, mas que ela virá para o bem. Exemplo disso, são bandas como Fresno e Nxzero. Se aproveitaram de uma moda passada, a dos emos, para subir um degrau acima de todos. Hoje, as músicas deles estão bem pegadas e com riffs bons de escutar. Em especial a Fresno, que vem com uma música que me chamou a atenção, Revanche. A versão ao vivo ficou muito boa e pesada, ou seja, sem aqueles samples ou teclados horríveis que mais faziam as músicas parecerem um eletro muito louco.
Vendo os shows e vídeos no Youtube, tenho notado que cada vez mais as platéias suplicam por música de verdade. Isso vai impulsionar a criação de verdadeiras composições. Fortalecendo a ideia e forçando os compositores a fazerem uma coisa de qualidade.
Novas bandas surgirão com o intuito de renovar a face da música brasileira, trazendo na bagagem, uma vontade louca de fazer rock. Pô, mas rock de verdade e com inovações, por que não? Não qualquer novo tipo de cabelo,nem roupas ainda mais extravagantes, ou no modo como se porta na vida pessoal. A inovação que eu falo, é o artista honrar o papel que lhe foi de escolha. Artista é aquele que cria arte. Música boa é a melhor arte, em minha opinião, e potencial para fazê-la, existe.
Gosto muito de bandas antigas e tudo mais. Eu só escuto os clássicos do Rock’n Roll. Mas quero ver a nova geração com cacife para deixar essa imagem de acomodada que se acostumou a aceitar. No início do texto, eu demonstrei o que eu acho que será o tempo passageiro, lembrado como o momento exato em que cansamos dessa mesmísse. Ora Essa. Longa vida ao Rock.
por Lourenço Grill
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