quinta-feira, 10 de março de 2011

"As favelas americanas e européias se encontram no Brasil." - 08/10/2010

“As ruas são tão limpas e as pessoas tão finas”, “Lojas caríssimas e refinadas” e “Não há um mendigo na rua, nem medo de assaltos”. Esses são exemplos de pessoas que viajam ao primeiro mundo e se espantam com a diferença de lá para cá. Pode ter certeza que, quando voltarem ao Brasil, vão querer cuspir nas ruas pobres do hemisfério subdesenvolvido do planeta. Quem dera se só as pessoas viajadas falassem isso. Há um estigma que parece obrigar o brasileiro a se sentir inferior a esses países.

                Sabe esses carros italianos poderosos que tu sonha em comprar e essa bolsa da francesa Chanel que tua mulher mataria para ter? Pois bem, eles têm algo em comum com a favela que existe na tua cidade: SÃO IMPORTADOS. Sabe onde deveriam estar os mendigos do centro de Porto Alegre? Lá, na tradicional Lisboa.

Se esses monumentos fossem rodiados de favelas, seriam tão lindos?

                Os europeus só são chiques e limpinhos, porque não foram colonizados e sacrificados por mais de 300 anos. À exemplo, há nós, com uma metrópole que só pensava em seu próprio bem e extraia tudo o que podia do sofrido povo verde-amarelo. Além da inacreditável escravidão, que só sucumbiu na porta de entrada do Século XX. Até hoje, as chagas são evidentes na sociedade. Mas indenização eles não pagam.

 ‘As multinacionais que empregam tanto e aceleram o desenvolvimento do Brasil’: ILUSÃO. As grandes potências trazem suas máquinas super-poluidoras e implantam por mão de obra muito barata mesmo. Fazem isso, se dizendo politicamente corretas. Faça-me o favor, conta outra. Já que no território deles, as florestas e os rios já estão escassos, dirigem-se para os nossos, á procura de poucos gastos e fácil matéria-prima. São empresas que nada ligam para sustentabilidade, além de tratar seus empregados com uma pseudo preocupação.

Nossas favelas não deveriam estar aqui, deveriam estar lá. Eles, os tão bem feitos, que são os criadores delas. Essa pobreza toda, só existe para eles poderem desfrutar da boa vida que têm. Não sujam as mãos, sempre bem cuidadas, para fazer o trabalho que nós, sub-mundo, devemos fazer. É por isso que tanto me orgulho desse imenso país. Aqui vive um povo feliz acima de tudo e orgulhoso do que tem, ou seja, sofreu muito, mas está ganhando o lugar que merece, finalmente.

Mesmo com toda essa história de colonização portuguesa, e agora a moda consumista americana, o Brasil continua firme crescendo para os pobres. Vem sarando as feridas abertas existente à tantas gerações e equalizando o dinheiro que passa pela mão de todos. Não somos mais produto de consumo. Temos posição firme em todas as questões mundiais. Isso me orgulha, e a ti?


Por Lourenço Grill

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